Resumo dos capítulos anteriores:
Himaru aceitou regressar a Konoha com Kizu e Lliane e o seu irmão mais novo, sora, veio também. Tudo parece estar bem, até que chegam à casa de Kizu e Yuuji aparece abalado e começa a tossir. Tsunade examina-o e chega à conclusão que Yuuji herdou a mesma doença genética que matou a mãe dos dois. Entretanto Paka volta da Thunder um pouco depois de Reiko, que carregou até Konoha o corpo do irmão para que Tsunade o curasse, e fica a saber da doença de Yuuji. Agora, o único a quem podem recorrer para salvar o gémeo da Kizu é... Orochimaricas!
Kizu, Paka, Lliane e Himaru caminhavam sem uma palavra. Novamente os problemas pareciam perseguir a team 12 e Kizu fazia um enorme esforço para não chorar. Recordou a conversa que tivera com o irmão no hospital:
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-Yuuji, a minha team e eu vamos estar fora por uns tempos. Vai ser difícil mas tenho a certeza de que vamos encontrar uma cura para ti.
Yuuji torceu o nariz.
-Não percebo porque é que te preocupas tanto. Kizu, tu tens potencial. Devias estar a cumprir missões para chegar ao topo ou a treinar, e não a procurar remédios que podem nem sequer resultar. - Naquele momento a sua expressão apagou-se por completo. - Além de que nem sequer vale a pena. Se acabar, acabou! De qualquer forma.. tenho vivido sem sequer o merecer, não aproveito nada. Está na altura de ceder a alguém o meu lugar neste mundo.
Kizu cerrava os punhos a cada palavra do irmão. Não podia acreditar que estava mesmo a ouvir aquilo. Acercou-se dele e deu-lhe um estalo.
-Baka, não digas essas coisas! - Gritou, enquanto o seu rosto se desfazia em lágrimas. - Vou curar-te custe o que custar!
Dito isto saiu a correr do quarto sem sequer olhar para trás. Estava determinada, nem que fosse ela a dar mais valor à vida de Yuuji do que ele próprio.
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"É tão teimoso...", suspirou. Lliane separou-se deles num caminho cruzado, e Kizu continuou a andar lado a lado com Paka, Reiko e Himaru. Pelo menos tinha toda a sua team e o melhor amigo do seu lado para a apoiar.
Chegados ao bairro, cada um enveredou para a respectiva casa. Cada um entrou sem a mínima troca de palavras. Kizu sentiu logo falta do irmão quando chegou ao quarto e não o viu a trabalhar, a mandá-la arrumar o armário ou algo do género. Era estranho.
Colocou à cintura a sua bolsa e prendeu a bainha da katana ao cinto, dirigiu-se para a cozinha e encheu uma mochila com provisões para alguns dias. Saiu a correr e juntou-se aos dois rapazes, que já a esperavam. Lliane também chegava naquele momento.
-Minnassan, despachem-se! o Gai-sensei já está à nossa espera no portão! - Disse.
-O quê? Mas como é que aquele tipo sobrancelhudo se despachou tão depressa? - Perguntou Himaru, visivelmente surpreso.
-Poder da Juventude... é uma longa história. Passas uma semana aqui e logo compreendes. - Retaliou Paka, puxando-o por um braço.
Nesse momento, Sora acercou-se deles.
-Também quero ir! - Gritou, enquanto corria em direcção ao grupo.
Himaru passou a mão pela nuca e suspirou. "Às vezes acho que não o devia ter trazido.", pensou.
-Tu ficas aqui e tratas de te inscrever na academia, e é se queres. Isto é uma missão, não é como derrotar os ladrõezecos na nossa terra.
Sora fez beicinho e voltou para trás. Acercou-se de Reiko e puxou-lhe a camisola a pedir por atenção, mas a rapariga fez-lhe uma festa na cabeça e seguiu com o grupo.
Os quatro chegaram ao portão, onde Maito Gai os esperava fazendo flexões. Izumo e Kotetsu olhavam, estranhando a bizarra situação.
-Ah, já chegaram!!! - Disse energeticamente o sensei sobrancelhudo. - A caminho, jovens!
-Gai-sensei, ainda falta o Kakashi-sensei... - Reparou Lliane.
-Minnassan, konnichiwa!
Kizu, Paka, Lliane, Himaru e Reiko olharam para Kakashi reprovadoramente.
-Está atrasado!!! - Gritaram em coro.
Uma gota de desespero escorreu pela testa de Himaru. Agora não só não sabia se devia ter trazido o irmão como também não sabia se tinha sido boa ideia ir para uma vila com tanta gente estranha.
-Hideki-kun... - Kizu puxou-o pela manga da camisola. - Já estamos a andar.
O rapaz acenou afirmativamente com a cabeça. Apressou o passo para apanhar o reto do grupo e retirou do bolso um protector azul com uma chapa metálica. Amarrou-o no braço e não pode evitar sentir-se ligeiramente orgulhoso. Afinal, tinha conseguido entrar para a mais forte de todas as vilas ninja.
O ambiente no grupo era pesado. Kizu pensava em Yuuji, Reiko ansiava por vingar Semu. Ambas tinham algo para cumprir em nome dos seus irmãos, o que fez com que Kizu logo sentisse uma grande empatia por Reiko. Percebia o que era perder alguém querido e ter apenas um irmão com quem contar. E era por isso que não queria perder o seu por nada deste mundo.
Paka afiava uma senbon, abstraído, e Himaru tentava encontrar alguma coisa para dizer. Lliane olhava a paisagem em volta. Os dois jounin iam à cabeça do grupo, junto com Kizu, atentos a qualquer emboscada.
***
Andaram durante várias horas, até que Reiko pediu para descansar. Todos se sentiam um pouco cansados e com fome, por isso concordaram e sentaram-se numa pequena clareira em volta de uma fogueira que Himaru acendera com alguns gravetos e chakra.
-Kakashi-sensei, como é que vamos saber onde é que está o Orochimaru? Ele está sempre a mudar de esconderijo! - Disse Paka. - Pode estar em qualquer lugar neste momento.
Kakashi pensou por uns segundos e depois apontou para Kizu.
-Neste momento ela vai ser o nosso ponto de referência. - Disse Kakashi.
Kizu acenou em sinal de entendimento e retirou a faixa de cetim preto que lhe cobria o pescoço.
-O meu selo avisa-me sempre que estou próxima dele. Neste momento sinto uma pontada no pescoço, por isso ele deve estar por perto, talvez do outro lado da fronteira. - Apontou para uma placa que indicava o limite do país do Fogo. - Tenho estado a senti-lo até aqui.
Estremeceu ligeiramente só de pensar que não tardaria a estar cara-a-cara com o seu temível captor.
Todos lhe lançaram um olhar compreensivo. Devia ser muito duro ter a vida da única família restante nas mãos de um criminoso que lhe destruíra três anos e lhe apagara a memória.
-De certeza que ficas bem? - Perguntou Himaru. - Estás estranha.
Kizu sorriu ao de leve para o confortar e levantou-se do chão.
-Kakashi-sensei, Gai-sensei, podemos ir agora? Quanto mais depressa falar com ele mais depressa isto acaba.
-Compreendo, mas é muito tarde. Vamos montar acampamento aqui e procurá-lo amanhã de manhã. Se ele nos atacar terá vantagem, as serpentes vêem no escuro e nós não. - Explicou Kakashi.
-Mas o seu sharingan...
-Kizu, por muito que me custe admitir ele tem razão. Mas prometo que se isto piorar a situação dou 100 voltas ao acampamento ao pé-coxinho! - Disse Gai, fazendo uma "nice guy pose".
Kizu riu de vontade pela primeira vez desde que o irmão tinha adoecido. Na verdade dar 100 voltas às tendas não iria ajudar muito, mas o ridículo da promessa fê-la esquecer o incómodo que sentia.
Montaram as tendas muito rapidamente e apagaram a fogueira à pressa para não serem notados de noite. As raparigas despediram-se de Paka e Himaru e dos senseis e entraram na sua tenda, que era enorme. Os outros fizeram o mesmo. Todos descandsavam menos Kizu, que de dentro do seu saco-cama via os vultos dos flocos de neve que começaram a cair sobre a tenda. Era uma tempestade pequena mas que a lembrava de que o seu aniversário estava próximo, era quase Dezembro. Suspirou. Gostava de passar essa data com Yuuji, para comemorar junto com ele, pela primeira vez em 9 anos, para variar.
- Spoiler:
MILAGREEE!!! Consegui desenhar mais do que duas personagens de uma vez e fazer um cenário decente!!!
Continua...