1º Filler - Até que se ponha o Sol...
Kiri estava fazendo a sesta enquanto que o Sol batia fortemente na cara de Kiri, ela bem tentava desviar-se dos raios solares “mortais” mas não conseguia, o Sol era um “adversário” muito “forte”.
Kiri – Raios, porquê que o Sol tinha logo de existir? >.<
Levantou-se e olhou em volta: o quarto estava de pernas para o ar, o chão estava cheio de papéis inúteis, imensas roupas espalhadas, imensos mangás abertos com páginas dobradas e ainda a loiça toda para lavar. Começou por fazer a cama, depois começou a tratar do resto.
Duas horas depois lá estava o quarto todo arrumadinho e a brilhar. Saiu de casa e começou a caminhar até ao Cabeleireiro Narumi, onde fazia um part-time como cabeleireira de crianças para não só praticar mas também para arranjar dinheiro.
Estava um calor de “asfixiar” e havia pouca gente na rua, haviam apenas alguns senhores idosos que abanavam os leques enquanto conversavam e comiam melancia, animados.
Amarrou o seu cabelo num pequenino rabo-de-cavalo e depois pôs o seu boné em cima.
Apesar do enorme calor, ainda havia muita gente a sair e a entrar no Cabeleireiro Narumi, muito tristes e stressados e felizes e sorridentes quando saiam.
Entrou e só saiu passadas 4 horas.
Sr. Aketawa – Adeus menina Koshiba.
Kiri – Adeus senhor Aketawa.
Acenou e caminho até casa, nessa altura já anoitecera e os candeeiros do caminho iluminavam as ruas.
Quando chegou até à porta de casa, reparou que alguém estava sentado no tecto, a observá-la.
Kiri – Quem és tu?
Vulto – Eu...
Kiri entrou em casa e subiu pela janela. Estava cheia de medo de cair: tinha um horrível medo de alturas desde os seus 4 anos de idade.
Kiri – Quem-Quem és?
Vulto – Calma, eu sou apenas uma pessoa que te quer agradecer...
Kiri – O quê?
Vulto – Eu chamo-me Saruwatari Kazuma, e sou irmão de uma cliente tua, a Saruwatari Miharu.
Kiri – Ah... a Miharu.... a rapariga que tinha o cabelo extremamente encaracolado?
Kazuma – Sim.
Dito isto, Kiri desiquilibrou-se e quase ia caindo do tecto, mas Kazuma conseguiu agarrá-la a tempo. Kazuma fizera um enorme esforço e conseguiu levantá-la até ao tecto novamente.
Kiri – Obrigada... salvaste-me...
Kazuma – Pelos vistos não és assim muito boa em questões de equilíbrio.
Kiri – Eu odeio alturas. Há 11 anos atrás aconteceu-me exactamente a mesma coisa... mas nessa vez, a pessoa que me agarrou estava no chão, para me apanhar e acabou ela por morrer...
Deitou uma lágrima de tristeza, que começou a escorrer no seu rosto de profunda culpa.
Kazuma abraçou-a contra si. Segundos depois, Kiri começou a chorar, mas depois lembou-se de uma pergunta que queria perguntar. Limpou as lágrimas e sorriu.
- Spoiler:
Kiri – Kazuma-kun, porquê que não me vieste agradecer ao Cabeleireiro Narumi, em vez de estares aqui à espera, no escuro e sozinho?
Kazuma – Eu... tenho uma alergia ao Sol.
Kiri – Isso existe?
Kazuma – Bom, a Miharu não tem, mas eu tenho. Quando estou exposto ao Sol, apanho escaldões muito mais facilmente do que qualquer outra pessoa e só saio à noite. Não sou uma aberração?
Kiri – Eu tenho medo de alturas, escuro e ainda baratas e ainda achas que tu é que és uma aberração?
Kazuma sorriu e Kiri fez o mesmo.
Kiri – Encontramo-nos aqui todos os dias à noite para falarmos das nossas coisas esquisitóides?
Kazuma – Claro. Olha, os teus pais estão a chegar. Eu também tenho de ir andando. Adeus.
Kiri – Adeus.
Assim Kiri teve o seu primeiro amigo depois de 15 anos sozinha....
FIM
PS: Não tenho livro de reclamações