Pouco tenho para dizer umas idéias soltas aqui e ali, baseadas nisto e naquilo e pronto deu isto, enjoy! ^^Dreams...small pieces of personal hell...how I hate them I can't tell.Opening~
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2020, Japão, Asilo Wakabi para Doentes Mentais, 18:38:09-Doutor Sanzako, ele chegou.
-Hai.
O homem já de idade, envergando uma bata branca dirigiu-se á saida do laboratório, junto com a sua assistente. Percorreram corredores repletos de celas com barras de metal de uma grossura incrível, em cada cela ouviam-se gritos, gritos vindos directamente das profundezas da agonia e loucura humana, os braços espremiam-se pelas barras de metal frio e insensível, tentando tocar em Sanzako e na sua assistente.
-Azuka, pareces estar com medo.
-Erhm...um pouco, não estou habituada a ver tanto...tanta...
Sanzako olhava sério para a frente sem olhar para os lados.
-Decadência? Sabes, quando eu era pequeno pensava que enlouquecer era impossível, uma coisa que não fazia sentido mas quando a Segunda Guerra Mundial rebentou e a sua onde de destruição chegou aqui, a realidade foi-me incutida á força...o meu pai...preferiu fugir com a sua família e manchar a sua honra do que servir no esquadrão aéreo dos Kamikaze e deixar no mundo um filho recém nascido e uma mulher doente. Parece nobre hoje em dia, mas a culpa comeu o meu pai por dentro e a sua sanidade desapareceu pouco a pouco, foi ai que me apercebi que a raça humana era...
-Era, doutor?
Acabado o corredor e dois lanços de escada, Sanzako abriu a porta que dava ao pátio, onde chovia intensamente.
-Outro dia, Asuka, vamos receber o nosso salvador espero eu.
Um jovem saiu de um Toyota preto, abriu o seu guarda-chuva e dirigiu-se a Sanzako.
-Konbawa, é o Doutor Mitsu Sanzako?
Apertou-lhe a mão e retorquiu.
-É o Detective Noria Urusai? Esta é a minha assistente, Ma Asuka.
-Dozo yoroshiku, Detective.
-Dozo yoroshiku. Podemos entrar, doutor? Esta chuva não me ajuda na constipação.
-Claro, claro. Vamos entrar.
Urusai fechou a porta atrás de si e dirigiu-se para Sanzako.
-Fale-me d...
-Parece bastante jovem, no entanto, consta-me que é um cérebro brilhante.
-Nem tanto, doutor tenho 20 anos, apenas sou um estudioso de Medicina e Antropologia e recentemente fui promovido a Detective.
-Muito bem, um currículo impressionante. Não seja modesto rapaz...qualidades tem que ser realçadas. Vamos até ao meu laboratório de pesquisa, lá falarei de tudo.
Voltaram a passar pelas escadas e o corredor das celas, Urusai reparou numa cela onde estava um homem de pernas cruzadas e mãos á frente da cara tapando os olhos, completamente imóvel. Urusai aproximou-se um pouco e abaixou-se para ver a cara do homem, que de repente destapou a cara:
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-Doutor! este homem! O olho!
-Detective? O que...shimatta! Enfermaria já aqui! Guardas abram esta cela!
Para Urusai estava tudo a parecer em camâra lenta e cada som parecia ecoar, ficou chocado de ver tal atrocidade, recuou passos enquanto os guardas abriam a sala e várias enfermeiras e enfermeiros entravam para examinar o homem.
Asilo Wakabi, 19:38:10-Lamento que tenha que assistir a este triste espectáculo, Detective. Infelizmente estou habituado a presenciar coisas destas, está tudo bem?
-Sim, sim, apenas...esqueça, chega de atrasos conte-me tudo, doutor.
-Desde o mês passado que tivemos 5 mortes aqui no Asilo.
-Mortes??
-Sim, as mortes mais estranhas que vi, e todas causadas pelo mesmo.
Sanzako sentou-se e suspirou e olhou seriamente para Urusai.
-Os pacientes começam por entrar num estado catatónico. Não comem, não dormem, ficam a andar pela cela, a arrastarem-se pelas paredes...
-E depois? Quais são as causas de morte? Auto-mutilação como vi naquele pobre bastardo?
-Não, desidratação e desnutrição, tentamos fazê-los comer mas nada, definham á frente dos nossos olhos.
-Podem colocá-los a soro! Interná-los ou induzir-lhes um coma se o estado for grave?
-Tentámos tudo! O problema está ai! Qualquer medicamento que lhes administremos o corpo rejeita-o! Comprimidos e xaropes são de imediato regurgitados, injecções são expelidas directamente do orifício da agulha! Cada tratamento piora a condição dos pacientes.
-Sokka...alguma alteração no comportamento antes de tudo começar?
-Não...creio que não...
-Algum elo de ligação entre os pacientes?
-Ainda não sabemos, por isso chamámo-lo para investigar.
-Já fiquei intrigado doutor, agora vou resolver o caso, os pacientes morrem todos da mesma maneira?
-Não, 2 morreram de desidratação depois de uma semana sem beber nada, 2 morreram porque os corpos não aguentaram os efeitos da rejeicção dos medicamentos e 1 morreu por danos no cérebro provocados por não dormir. Peço desculpa já expliquei demais, quer examinar os corpos na morgue?
-Hai.
-Asuka, trata deste relatório de óbito, eu acompanho o Detective até á morgue.
-Sim, senhor.
Urusai seguiu o doutor de idade até um elevador, Sanzako carregou no botão para o 3º andar, o elevador parou com uma guinada e as portas abriram-se.
-Siga-me, onegai.
-Quando morreu a última pessoa?
-Ontem á noite. Uma rapariga jovem demais para saber o que é morrer. Caiu morta no chão na cela.
A morgue estava cheia de arcas frigoríficas e mesas com corpos.
-É só virar aqui esta "esquina" de arcas e estão lá os 5 cadáveres.
Ao virarem depararam com uma terrível visão, uma criatura completamente negra e disforme, como que uma sombra tridimensional agarrava um corpo de uma mulher morta e tinha o que parecia ser uma boca a morder-lhe a cabeça.
Asilo Wakabi, 19:59:47Uma espécie de som de sucção ouvia-se pela morgue, Urusai e Sanzako estavam perplexos.
-Meu Deus! Que raio é aquilo?
-Afaste-se doutor!
Urusai agarrou a pistola que trazia no casaco e apontou á estranha criatura.
-O que quer que sejas! Larga esse corpo JÁ!
A criatura olhou para Urusai com uns olhos negros mas raiados de vermelho, largou o cadáver e saltou para atacar Urusai.
-Shimatta!
Disparou um tiro que acertou na cabeça do monstro, esta rebentou numa espécie de polpa preta, mas voltou a recompor-se e atacou outra vez.
De repente uma mulher meteu-se á frente de Urusai e o doutor e ligou uma espécie de lanterna na cara da criatura que recuou de imediato e saltou da janela.
-Doutor! Está bem?
-Sim, sim...
Urusai olhou para a mulher que aparentemente os tinha salvo, ainda de arma em punho.
-Quem és?
-Calma, rapaz não sou o teu inimigo, o que acabaste de ver é que é.
-Que merda era aquela?
-Umas criaturinhas chamadas Kumori. Chamo-me Jotei e caço cabrõezinhos como aquele.
-Espera, Kumori? O que eles tem a ver com estas mortes?
-Tudo...infelizmente.
Continua...Ending~
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